GRANJA

Fundação: 03/11/1854

Emancipação Política: 3 DE NOVEMBRO

Gentílico: GRANJENSE

Unidade Federatíva: CE

Mesoregião: NOROESTE CEARENSE

Microregião: LITORAL DE CAMOCIM E ACARAÚ

Origem
Granja, anteriormente chamada de Santa Cruz do Coreaú ou Macaboqueira, segundo os historiadores, recebeu esta última denominação por ser habitada por índios e os primeiros colonizadores terem encontrado forte resistência da parte dos indígenas, que foram chamados caboclos maus ou maus caboclos.

A origem do atual nome do município, consoante versão corrente, inclusive do historiador Eusébio de Sousa, é genuinamente Portuguesa, tendo afinidade com a freguesia de São Brás da Granja, do Conselho de Mourão, distrito de Évora adjacência da margem esquerda do Rio Fuadelim em Portugal, vez que o colonizador tinha como critério, além mar, adotar nominação pátria nas regiões onde se localizava.

História
O povoado de Granja é um dos mais antigos que se procederam na capitania do Ceará.Como acontecia no restante do território colonial, a área que hoje compreende o município de Granja e adjacências era habitada pelos índios tabajaras, tapuios, conasus e tremembés, que moravam na serra da Tabaina, hoje Serrinha de São Simão, no atual município de Moraújo. Afim de catequizá-los, chegaram entre os primeiros que pisaram no Ceará Grande, as missões jesuítas que construíram um templo para orações.

Iniciou-se o povoamento, ao chegar aqui o desembargador Cristóvão Soares Reimão, com a tarefa de medir a doação, feita a 3 de agosto de 1702, de uma sesmaria de cinco léguas de terra, por uma de largo na margem oriental do rio Coreaú alvará concedido aos irmãos Miguel e Domingos Machado Freire, aos quais se atribuiu o reinado efetivo do processo de povoamento do lugar; não obstante, um pouco antes de catequizar os índios, já teriam andado aqui os jesuítas.

Em seguida, o padre Ascenso Gago, supervisor de uma missão foi beneficiado com uma sesmaria de duas léguas de terra, com uma de largo, no sítio Iguaraquatiara, hoje Braquatiara, 3 de setembro de 1706, e também Dom Jacob de Sousa Castro e o capitão Rodrigo da Costa, com terras de Iracui, atualmente Jaguaruçuí.

O sargento-mor Alexandre Pereira de Sousa, o capitão-mor Pedro da Rocha Franco, além de Joaquim Abreu e Agostinho de Brito Passos, receberam sesmarias de terras no local da atual cidade. Também Inácio Machado, Inês Pacheco e Vitória Câmara receberam, com dada de 13 de novembro de 1706, uma sesmaria – esta com quatro léguas, no Riacho do uma, lugar denominado Tiaia.

A princípio, os colonizadores se foram estabelecendo por toda a Ribeira do Coreaú, dando origem a dois núcleos demográficos, um perto do porto, com predominância do elemento português, e que hoje subúrbio da cidade o outro, da Missão ou Iapara, constituído por nativos catequizados pelos jesuítas. Esse segundo não prosperou, obrigando êxodo para a aldeia vizinha, a então Santa Cruz do Coreaú, que apresentava evolução, não só quanto ao crescimento populacional, como pelo progresso das atividades comerciais com a Bahia e Pernambuco, onde procediam iates e barcas que ancoravam no rio, no lugar dos armazéns do porto.

Com a fusão dos dois centros, foi criada a freguesia com a denominação primitiva, de Curato da Ribeira do Coreaú, desmembrada do que foi do Curato do Coreaú, por provisão do bispo de Olinda, D. Francisco Xavier Aranha, data de 30 de agosto de 1757. A sede da nova freguesia foi à princípio localizada em Santo Antônio do Olho D’água, no sopé da Serra da Ibiapaba, onde existia um pequeno templo.

O povoado, a partir de então, passou a ser chamado, conforme ensina Capistrano de Abreu, São José da Macaboqueira, denominação esta dada pelos portugueses aos emigrantes da Missão Iapara, que eram chamados maus caboclos ou caboclos maus.

Quando houve a transferência da sede da freguesia, foi seu primeiro vigário o Pe. Luiz Fernandes de Carvalho, que inaugurou a pequena matriz, cujo orago é São José, permanecendo sacerdote na função de 1758 a 1774.

A povoação de Santa Cruz do Coreaú, São José do Coreaú ou Macaboqueira foi elevada à categoria de vila, com a denominação de Granja, por alvará, no dia 27 de junho do ano de 1776, quando o Brasil ainda era uma colônia portuguesa. Segundo alguns historiadores, Granja se emancipa no dia que é elevada à vila, quando ganha autonomia política e administrativa, e seu aniversário deveria ser comemorado em 27 de junho, não em novembro, como oficialmente[5].

O município passou à categoria de Cidade em virtude da Lei Nº 692, de 3 de novembro de 1854, assinada pelo presidente da província Vicente Pires da Mota, e foi sede de comarca pela Lei Nº 257, de 23 de novembro de 1842, firmada pelo então presidente provincial Brigadeiro José Joaquim Coelho. Figuram pelos documentos oficiais da época, Manoel da Costa Sampaio, como primeiro juiz municipal de órgão, e Venâncio Meireles de Araújo Costa também como primeiro juiz municipal após a elevação da vila à cidade.

Pela divisão administrativa do Brasil, relatada no ano de 1911, o município de Granja contava com sete distritos: Granja (sede), Angica, Ibuaçu, Parazinho, Riachão e Ubatuba, posteriormente foi criado o de Pitombeira, que em 1921 foi desmembrado e anexado ao município de Massapê.

Em 1929, quando da nova reforma administrativa, foi o distrito de Chaval incorporado ao de Camocim.

Quanto ao distrito de Ibuaçu, teve seu nome mudado para Pessoa Anta. Abrangendo as vilas de Ibuaçu, São Miguel, Santa Terezinha e Paula Pessoa; como o distrito era muito extenso, foi formado um novo com o nome de Paracuá.

Na década de 40, o distrito de Ubatuba passou a denominar-se Ibuguaçu e em 1957 foram desmembrados os distritos de Riachão e Angica, que passaram a município, com os nomes já usados de Uruoca e Martinópole, o distrito de Paracuá passou a pertencer ao município de Uruoca.

Formando de Fração do distrito de Pessoa Anta, mais parte do distrito sede, isto é, de Granja foi criado o atual distrito de Sambaíba; e áreas dos distritos de Ibuguaçu e Timonha foram já na década de 60 formar um distrito, o de Adrianópoles. Enfim, são estes os atuais distritos do município, a saber; Granja (sede), Pessoa Anta, Parazinho, Ibuguaçu, Timonha, Sambaíba e Adrianópoles.

Cultura
Destacam-se na literatura:

Poetas:

Lívio Barreto, um dos fundadores da Padaria Espiritual, autor do livro Dolentes, patrono da cadeira 24 da Academia Cearense de Letras
Padre Osvaldo Chaves, autor do livro Exíguas.
Romancistas:

Carlos de Vasconcelos, autor de "Deserdados".
Maria Hilda Xavier Gouveia de Oliveira, autora de "Os sete tempos".
Artes Plásticas:

José Arthur Bevilaqua, pintor;
Tarcísio Félix de Oliveira, pintor.

Divisão Política
Os habitantes de Granja contam basicamente com a máquina pública, prefeitura municipal, como eixo central que faz girar a economia da cidade ofertando empregos em diversas áreas. Esse centro é responsável por manter todos os comércios e investimentos da cidade funcionando. Lojas de roupas, eletrodomésticos, eletrônicos, cosméticos e lanchonetes são a outra opção da economia dos habitantes da cidade. A arrecadação de impostos de luz, água, entre outros geram receita para a administração pública. A construção civil e a colheita da cera de carnaúba são outras fontes de renda.

Curiosidades

O Conde D'Eu ou Gastão de D’Orleans, genro do Imperador D. Pedro II, príncipe consorte, marido da Princesa Isabel e neto do rei da França Luís Felipe, esteve em Granja em 31 de julho de 1889, quando a cidade embandeirada o recebeu em meio a ruidosa manifestação de boas-vindas. Sua Alteza, o Conde D'Eu, compareceu neste dia à Câmara Municipal, a qual reuniu-se em sua homenagem.

Cândido Mariano da Silva Rondon, o Marechal Rondon, esteve em Granja no ano de 1923, não a passeio mas como chefe de comissão de fiscalização das obras do nordeste. Rondon foi o primeiro grande sertanista deste século e desbravador das regiões ainda inexploradas do Brasil amazônico, tendo pacificado várias tribos indígenas brasileiras e ao contrário dos bandeirantes do passado foi protetor desses povos.

Dados de características geográficas

Área: 2.697.202,00

População estimada: 52670

Densidade: 19,50

Altitude: 100

Clima: TROPICAL

Fuso Horário: UTC-3

Distância para a capital: 300,00

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